Mais um dia de UPA Areal cheia

Busca por atendimento lota a UPA Areal mais uma vez

A sexta-feira marcou o primeiro dia do reforço médico na unidade anunciado pela prefeitura devido à alta demanda

Carlos Queiroz -

No início da tarde desta sexta-feira os pacientes que chegavam à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Areal precisaram aguardar em pé por uma avaliação, pois a unidade estava lotada. No local havia aproximadamente 30 pessoas esperando pela assistência médica. Desde a iminência dos dias frios, a procura por atendimentos de pessoas com síndromes gripais na rede de saúde de Pelotas aumentou significativamente.

Uma das unidades que mais registrou essa demanda foi a própria UPA Areal. O local, que é porta de entrada de atendimentos primários, aponta desde a metade do mês de maio o crescimento de casos que chegam para serem tratados no serviço. Em abril foram registrados cerca de 6,1 mil acolhimentos, enquanto em maio esse número chegou a 8,5 mil, número muito acima do porte previsto para a unidade, que tem capacidade para seis mil atendimentos mensais, de acordo com dados do IB Saúde, que faz a gestão da unidade junto à Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Em função desse quadro, a prefeitura de Pelotas realizou um investimento de R$ 2,7 milhões para reforçar os atendimentos médicos na rede de saúde do município durante o inverno. Além da implementação de 42 leitos de retaguarda para o Pronto-Socorro, a qualificação também abrange o acréscimo de horas de atendimento médico na UPA Areal. A contratação dos plantonistas ocorreu para a realização de plantões de 12 horas, nos sete dias da semana, completando assim o quadro necessário de serviço.

A sexta-feira marcou o primeiro dia em que a unidade contou com o reforço médico. Apesar disto, com a grande procura por atendimento, quem estava no local chegou a aguardar por cerca de duas horas. Foi o caso da dona de casa Mara Nogueira. Moradora do 7º Distrito de Pelotas, ela foi à UPA levar o filho adolescente, Aílton, para consulta, pois a Unidade Básica de Saúde da Vila Nova, próxima à residência dela, só atende às quartas-feiras, conforme o relato. O estudante, que apresentava há cinco dias sintomas de síndromes gripais, já havia passado pela triagem.

"Chegamos aqui 12h50min em busca de atendimento para o meu filho. Ele desmaiou na segunda-feira, depois começou com febre, dor nas pernas e muita soneira. A gente é lá de fora, lá do 7º, e viemos aqui porque foi o lugar indicado", conta Mara.

O cabeleireiro Bruno Costa estava aguardando há menos tempo - um pouco mais de uma hora. No entanto, ele ainda não havia passado pela triagem. "Eu estive no PS [Pronto-Socorro] e me encaminharam pra cá. Estou com dor no peito há uma semana e, como a família tem histórico de problemas cardíacos, tenho medo que seja algo grave", explica.

Outra novidade no atendimento na Unidade de Pronto Atendimento é o sistema de triagem. Agora o médico realiza a avaliação do paciente que chegou no local e, conforme sua situação, o atendimento é feito na própria UPA, ou poderá ser efetuado por outros serviços, como uma Unidade Básica de Saúde, em caso de quadros leves, por exemplo.

Uma das pessoas que também aguardava atendimento, mas para a filha, é a técnica de enfermagem Alexandra Barbosa. De acordo com ela, a criança, que tinha febre e tosse, já tinha realizado o teste de Covid-19 e recebido resultado negativo, porém a enfermeira procurou o atendimento na UPA em razão de as duas UBSs localizadas próximas ao seu bairro estarem sem médicos. "Passei na UBS Osório e na Navegantes, porque conforme o anunciado as Unidades Básicas de Saúde teriam atendimento para síndrome gripal, porém nenhum posto que eu fui tinha médico", relata.

Procurado pela reportagem na unidade de saúde, o diretor da UPA Areal, Nelson Soares, alegou que não poderia informar questões relacionadas à contratação do reforço médico e ao atendimento, pois foi instruído pela SMS que somente a pasta poderia responder.

Após contato com a Assessoria de Comunicação (Ascom) da prefeitura de Pelotas, SMS e o diretor da UPA responderam aos questionamentos. De acordo com eles, operacionalmente, o aumento das horas médicas garante a atuação de mais um profissional para plantão de 12 horas na unidade, completando o quadro de quatro médicos atendendo simultaneamente. Porém, o número total de médicos que passam pelo serviço diariamente pode chegar a seis, e a 30 na semana, dependendo dos turnos de trabalho de cada um. "Esses profissionais são contratados e recebem por hora trabalhada. Com esse incremento de horas, ficamos com mais médicos para atendimento simultâneo, passando de três para quatro profissionais", explica Soares.

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